sexta-feira, abril 27, 2012

2012 é o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos


2012 é o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos
Mariana Martinho, 12º1
Colégio Valsassina
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que 2012 será o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos. A iniciativa foi divulgada, em Janeiro de 2102, na Cúpula Energia Mundial do Futuro, em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos. Garantir acesso a serviços de energia moderna, aumentar a eficiência energética e a produção de energia renovável são os seus objetivos para este ano.
A problemática das alterações climáticas tem sido, nas últimas décadas, objecto de grandes estudos e alvo de muita preocupação, devido ao perigo que representa. Do mesmo modo, a taxa de consumo de combustíveis fósseis parece acompanhar a crescente emissão de dióxido de carbono para a atmosfera, um dos gases mais perigosos em termos do aquecimento global e do efeito de estufa.
Com efeito, a temperatura média global tem vindo a aumentar significativamente (fig.2), causando prejuízos a vários níveis: os mais directos, que se revelam no degelo dos grandes icebergues polares e no consequente aumento do nível das águas do mar, e aqueles que incluem o desaparecimento de diferentes espécies, todos os dias. No entanto, estes fenómenos estão a tornar-se cada vez mais percetíveis no dia-a-dia: por exemplo, em Portugal, em 2012, os registos apontam para uma das secas mais graves dos últimos anos, que só está a ser possível de compensar devido às reservas de água nas albufeiras armazenadas no ano anterior [2]. Na verdade, até 15 de Março deste ano, a totalidade do território português apresentou-se nas classes mais graves do índice de PDSI (seca severa e extrema), em que 53% do território esteve em situação de seca extrema e o restante em seca severa [2].
Apesar de todas estas consequências do consumo de energia, este não é uniforme em todas as partes do mundo. Embora em alguns países possa existir um grande consumo de combustíveis fósseis, noutros, menos desenvolvidos, constatou-se que tanto a disponibilidade como o uso destas matérias é praticamente inexistente. Dados da ONU mostram que 2,4 mil milhões de pessoas, em todo o mundo, usam combustíveis de biomassa tradicionais para a preparação de alimentos e para aquecimento [3], ao passo que 1,4 mil milhões não têm acesso a energia [4], o que torna a situação da sustentabilidade mundial muito mais preocupante – a energia é considerada fundamental nas sociedades mais desenvolvidas, mas a falta dela acarreta problemas de saúde, de défice educacional, de destruição ambiental e de atraso económico [6]. Neste contexto, a ONU pretende atrair a atenção mundial para a ligação existente entre energia e pobreza, no sentido de minimizar ao máximo a ocorrência desta última, tornando 2012, o Ano Internacional da Energia Sustentável para Todos. Para tal, pretende-se que, até 2030, se garanta o acesso universal a serviços modernos de energia, a duplicação da taxa de melhoria de eficiência energética e a duplicação da utilização de energias renováveis a nível mundial.
De facto, poder-se-ia pôr a questão do paradoxo aparente entre o aquecimento global e a vontade de estender o acesso à energia a toda a população mundial. Para Al Gore, ex-candidato à presidência dos EUA, “os cientistas já confirmaram que a energia solar que chega à terra durante 40 minutos é suficiente para cobrir 100% do consumo mundial de energia durante todo o ano” [7]. Deste modo, a aposta em energias renováveis seria “multifuncional”: ajudaria no combate à miséria, permitiria recuar nos impactos que as alterações climáticas têm vindo a tomar e poderia, certamente, conduzir ao melhoramento da qualidade de vida das populações, em todo o mundo, evidentemente de forma sustentável.
Tais objectivos só conseguirão ser atingidos se ocorrer uma mudança de hábitos por parte de todos. Para responder à questão de “O que fazer?, citamos Al Gore, num discurso proferido em 2008, em Washington, para o qual: “There are times in the history of our nation when our very way of life depends upon dispelling illusions and awakening to the challenge of a present danger. In such moments, we are called upon to move quickly and boldly to shake off complacency, throw aside old habits and rise, clear-eyed and alert, to the necessity of big changes. Those who, for whatever reason, refuse to do their part must either be persuaded to join the effort or asked to step aside. This is such a moment. The survival of the United States of America as we know it is at risk. And even more - if more should be required - the future of human civilization is at stake”.

Bibliografia

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