O mundo de hoje em dia permite-nos comunicar com qualquer parte do mundo, saber informações, procurar pessoas, saber notícias, ver imagens, contactar empresas, fechar negócios, efectuar operações financeiras, jogar nos casinos, enviar cartas, saber o estado do tempo, ouvir estações de rádio, fazer compras em todo mundo com um simples clique. Sem sairmos de casa, tudo o que queremos nos vem bater à porta sem que seja necessário deslocarmo-nos. Por trás de todas essas operações está a maravilha da produtividade mas sobretudo a maravilha da tecnologia. É a evolução tecnológica, que se verifica a um ritmo cada vez mais acelerado a cada ano que passa, que nos permite todas estas comodidades. Essa tecnologia, porém, tem custos. Custos financeiros, sobre os quais não me irei debruçar, mas, sobretudo, custos humanos e ambientais. Custos humanos que se traduzem em homens mulheres e crianças (os escravos do século XXI, os escravos da modernidade) que trabalham em condições que desconhecemos. Os Custos ambientais, aqueles que (sem desprimor dos outros), me merecerão maior atenção, são, sobretudo, os que dizem respeito às consequências da eficácia produtiva e de transporte com que hoje nos deparamos.
Para que consigamos ter tudo o que queremos, à distância de um clique, no nosso país, na nossa cidade, na nossa casa, há fábricas (milhares de milhões de fábricas) a operar em todo o mundo com especificidades distintas; há companhias aéreas que deslocam os produtos em todo o mundo e há empresas de transportes que movimentam os produtos das fábricas. Todas estas instituições trabalham com dois objectivos comuns: o primeiro é o de satisfazer as necessidades com que nossos hábitos consumistas os confrontam; o segundo é o de aumentar a concentração de gases com efeito de estufa e de gases poluentes na atmosfera. Esse não é um objectivo – insurgir-se-ão. Não. Não se não tivéssemos conhecimentos. Não se não monitorizássemos o trabalho. Não se não nos tivessem alertado. Não se não houvesse alternativa. Sim, porque tudo o que acabei de dizer é uma realidade. Todos os estudos e pareceres científicos até hoje elaborados estão de acordo num ponto, mas, é certo, em divergência noutro ponto. Estão de acordo quando dizem que as alterações climáticas são um facto e que têm actualmente uma enorme percentagem de causas antropogénicas. Estão em desacordo no respeitante às consequências. Ninguém consegue prever quais os impactos reais das nossas acções. Produzimos tecnologia (com todos os impactos ambientais adjacentes) para produzirmos equipamentos vários que vão ainda ter mais impacto sobre o ambiente.
Para que consigamos ter tudo o que queremos, à distância de um clique, no nosso país, na nossa cidade, na nossa casa, há fábricas (milhares de milhões de fábricas) a operar em todo o mundo com especificidades distintas; há companhias aéreas que deslocam os produtos em todo o mundo e há empresas de transportes que movimentam os produtos das fábricas. Todas estas instituições trabalham com dois objectivos comuns: o primeiro é o de satisfazer as necessidades com que nossos hábitos consumistas os confrontam; o segundo é o de aumentar a concentração de gases com efeito de estufa e de gases poluentes na atmosfera. Esse não é um objectivo – insurgir-se-ão. Não. Não se não tivéssemos conhecimentos. Não se não monitorizássemos o trabalho. Não se não nos tivessem alertado. Não se não houvesse alternativa. Sim, porque tudo o que acabei de dizer é uma realidade. Todos os estudos e pareceres científicos até hoje elaborados estão de acordo num ponto, mas, é certo, em divergência noutro ponto. Estão de acordo quando dizem que as alterações climáticas são um facto e que têm actualmente uma enorme percentagem de causas antropogénicas. Estão em desacordo no respeitante às consequências. Ninguém consegue prever quais os impactos reais das nossas acções. Produzimos tecnologia (com todos os impactos ambientais adjacentes) para produzirmos equipamentos vários que vão ainda ter mais impacto sobre o ambiente.
Somos crianças que brincam inconscientemente.
Segundo dados recolhidos em amostras de gelo, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera terrestre antes da revolução industrial rondava as 280 partes por milhão (ppm). Um século depois, em finais da década de 1950, efectuaram-se medições que permitiram estimar a concentração de dióxido de carbono na atmosfera em cerca de 315 ppm. Uma diferença de 35 ppm em cem anos, o que equivale a um incremento médio anual de 0,35 ppm. As medições realizadas na actualidade revelam que a concentração se situa nas 380 ppm. É uma diferença de 65 ppm em 50 anos o que representa um incremento médio anual de 1,3 ppm. Estes dados (acho eu) fazem-nos reflectir sobre o nosso estilo de vida, os nossos hábitos, as nossas opções, mas sobretudo o nosso futuro.
Há porém umas crianças mais velhas que outras. Umas mais responsáveis que outras. Umas mais conscientes que outras. É por isso que hoje já assistimos a alguma canalização da tecnologia para diminuir o nosso impacto.
Folheio uma revista datada de Agosto de 2006: 8º Edição do Challenge Bibendum – veículos de todo o mundo chegam a Paris movidos pelos mais diversos combustíveis e há até aqueles que sejam capazes de funcionar com vários combustíveis diferentes (Volvo V70 multi-fuel). Folheio outra revista de Outubro de 2006: “O veículo do futuro é eléctrico”. Folheio outra de Janeiro de 2007: a BMW vai produzir 100 unidades de um modelo que funciona a hidrogénio, o Hydrogen 7. Folheio outra revista de Setembro de 2007: ainda a insistência nos híbridos. Mais uma revista de Outubro de 2007: o mesmo tema que tinha sido tratado em Setembro.
De facto são muitos os novos combustíveis alternativos: o biodiesel, o bioetanol, o hidrogénio, entre outros… Porém não deixa de ser triste reparar que há mais um século (altura que em os primeiros automóveis rolavam) já Henry Ford tinha produzido o seu primeiro veículo que funcionava a álcool e Rudolf Diesel alimentava o motor a que deu o seu nome com óleo de amendoim. Não é triste pelo facto em sim. É triste percebermos que estamos um século atrasados e que percebemos muito tarde qual o caminho certo a seguir quando ele já tinha sido iniciado.
Outra questão que também nos deveria envergonhar diz respeito à tecnologia híbrida. Pensarão, provavelmente, que o primeiro veículo a socorrer-se de motores eléctricos associados a motores a gasolina para se movimentar data das últimas décadas, ou, os mais ousados, do último século. Pois bem – estão todos errados. A honra da construção do primeiro veículo que utilizou motores a gasolina auxiliados por motores a electricidade cabe à Porsche e o veículo data de 1893 (!) Foi ainda no século XIX que Ferdinand Porsche criou um motor, incorporado no cubo da roda, que gerava energia eléctrica a qual era utilizada como auxiliar do motor de combustão interna que equipava o “Lohner Porsche”.
Se o trabalho está iniciado, se os estudos estão feitos, se as leis estão escritas e se nada disto serve para que os principais mentores da poluição mundial canalizem a sua tecnologia para uma evolução sustentada então é de facto um objectivo aumentar a concentração de gases prejudiciais ao planeta.
Somos crianças que brincam inconscientemente e que não têm pais para chamar a atenção. Estamos por nossa conta. Até quando…
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